Avaliação do impacto da higiene da ferida operatória na taxa de infecção do sítio cirúrgico pós-apendicectomia
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Resumo
Introdução: A infecção de sítio cirúrgico (ISC) é uma das principais complicações relacionadas à assistência à saúde no Brasil, ocupando o terceiro lugar entre todas as infecções nos serviços de saúde e compreendendo 14% a 16% daquelas encontradas em pacientes hospitalizados. Como estratégia de prevenção de ISC, é realizada antibioticoterapia profilática; no entanto, muitas bactérias presentes no ambiente hospitalar tornaram-se resistentes à maioria dos antibióticos utilizados no período perioperatório devido à exposição a esses medicamentos, aumentando os custos hospitalares, além de prejudicar a recuperação do paciente. Objetivo: Estimar a taxa de infecção da ferida operatória após apendicectomias com incisão específica e limpeza após o fechamento da aponeurose. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, analítico e prospectivo, realizado no período de outubro de 2022 a outubro de 2023, com amostra de 66 pacientes submetidos à apendicectomia por meio de incisão específica. Os pacientes foram divididos em grupos de acordo com as substâncias utilizadas (soro fisiológico n = 33; clorexidina n = 25; e iodo tópico n = 11) e orientados a retornar para avaliação entre 7 e 14 dias do pós-operatório para avaliação da ferida operatória. Resultado: A infecção da ferida operatória foi identificada em 3 casos, todos limpos com soro fisiológico, sendo 1 encontrado no 4º dia e os outros 2 no 10º e 14º dia de pós-operatório, respectivamente. Não houve significância estatística para intervalo de 95%. Quanto aos pacientes limpos com solução antisséptica, o estudo não mostrou complicações. Conclusão: As soluções antissépticas mostraram-se eficazes na prevenção de infecções de sítio cirúrgico. Ao contrário, nos pacientes submetidos à higiene com soro fisiológico, houve pacientes que apresentaram complicações, porém sem significância estatística.
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