Marcadores laboratoriais preditivos de complicações na apendicite aguda: relações entre as contagens diferenciais dos leucócitos
Conteúdo do artigo principal
Resumo
Introdução: Apendicite aguda é uma das principais causas de dor abdominal e abdome agudo. Pode variar de quadros leves a complicações como perfuração e peritonite, sendo relevante causa de morbimortalidade quando diagnosticada tardiamente.
Objetivo: Predizer a severidade da apendicite aguda por meio do leucograma, oferecendo abordagem mais precoce e personalizada para o diagnóstico da doença e contribuir para a redução da morbimortalidade perioperatória associada à essa condição.
Método: Estudo observacional prospectivo abrangendo 507 pacientes diagnosticados com apendicite aguda e submetidos à apendicectomia. Foram analisados dados demográficos, hemograma e o grau de apendicite por avaliação transoperatória.
Resultado: Dos 507 pacientes incluídos, 285 (56,2%) eram do sexo masculino e a idade média geral foi de 34 anos; 312 (61,5%) apresentaram apendicites não complicadas (graus 1 e 2), enquanto 195 (38,5%) apresentaram apendicites complicadas (graus 3, 4 e 5). A análise revelou diferenças estatisticamente significativas em variáveis como neutrófilos, linfócitos e monócitos entre os grupos de apendicites não complicadas e complicadas. As razões entre neutrófilos/linfócitos (NLR) e linfócitos/monócitos (LMR) também apresentaram diferenças estatísticas significativas.
Conclusão: O uso dos marcadores laboratoriais e suas relações neutrófilos/linfócitos e linfócitos/monócitos na avaliação diagnóstica da apendicite aguda conseguem predizer o grau de severidade da doença com segurança, contribuindo para intervenções mais eficazes e personalizadas.
Detalhes do artigo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Referências
Di Saverio S, Podda M, De Simone B, Ceresoli M, Augustin G, Gori A, et al. Diagnosis and treatment of acute appendicitis: 2020 update of the WSES Jerusalem guidelines. World J Emerg Surg. 2020;15(27)1-42. https://doi.org/10.1186/s13017-020-00306-3
Gonçalves CHL, Rodrigues DXL, Junior WF, Maia ARF. Epidemiologia da apendicite no Brasil. REMS. 2021;2(3):41. https://doi.org/10.51161/rems/1443
Franzon O, Piccoli MC, Neves TT, Volpato MG. Apendicite aguda: análise institucional no manejo peri-operatório. Arq Bras Cir Dig. 2009;22(2):72-5. https://doi.org/10.1590/S0102-67202009000200002
Rodrigues JJG, Machado MCC, Rasslan S. Clínica Cirúrgica. Barueri, São Paulo: Manole 2008; 2:1557-8.
Von-Muehlen B, Franzon O, Beduschi MG, Kruel N, Lupselo D. AIR score assessment for acute appendicitis. Arq Bras Cir Dig. 2015; 28(3):171-3. https://doi.org/10.1590/S0102-67202015000300006
Goldman L, Ausiello DA, Cecil D. Goldman-Cecil: Tratado de medicina interna. Elsevier Health Sciences. Tradução de Ana Kemper et al. 2005.
Andersson M, Kolodziej B, Andersson RE, Andersson RE, Andersson M, Eriksson T, et al. Randomized clinical trial of Appendicitis Inflammatory Response score- based management of patients with suspected appendicitis. Br J Surg. 2017;104(11):1451– 61. https://doi.org/10.1002/bjs.10637
Coleman JJ, Carr BW, Rogers T, Field MS, Zarzaur BL, Savage SA, et al. The Alvarado score should be used to reduce emergency department length of stay and radiation exposure in select patients with abdominal pain. J Traum Acute Care Surg. 2018;84(6):946–50. https://doi.org/10.1097/ta.0000000000001885
Tan WJ, Acharyya S, Goh YC, Chan WH, Wong WK, Ooi LL, et al. Prospective comparison of the Alvarado score and CT scan in the evaluation of suspected appendicitis: a proposed algorithm to guide CT use. J Am Coll Surg. 2015;220(2):218-24. https://doi.org/10.1016/j.jamcollsurg.2014.10.010
Man E, Simonka Z, Varga A, Rarosi F, Lazar G. Impact of the Alvarado score on the diagnosis of acute appendicitis: comparing clinical judgment, Alvarado score, and a new modified score in suspected appendicitis: a prospective, randomized clinical trial. Surg Endosc. 2014;28(8):2398-405. https://doi.org/10.1007/s00464-014-3488-8
Gomes CA, Nunes TA. Classificação laparoscópica da apendicite aguda: correlação entre graus da doença e as variáveis perioperatórias. Rev Col Bras Cir. 2006; 33(5):289-93. https://doi.org/10.1590/S0100-69912006000500006
Nogueira PLB, Mariano JT, Martos MS, da Silva HVB, Trevisan EM, Costa LBC, et al. Epidemiologia das doenças do apêndice em adultos nos anos de 2019 e 2020 no Brasil. COORTE. 2020;15:89-102. https://doi.org/10.52908/coorte.v16i16.312
Gouveia ADM, Braga ASM, Alves APF, de Oliveira-Filho JEL, Tenório DMC, Cansanção VIMT, et al. Apendicite aguda: perfil epidemiológico no Brasil, de 2017 a 2021. Braz J Dev. 2023;9(3):12182–94. https://doi.org/10.34117/bjdv9n3-212
Benli S, Tazeoğlu D. The efficacy of hemoglobin, albumin, lymphocytes, and platelets (HALP) score in signifying acute appendicitis severity and postoperative outcomes. Updates Surg. 2023;75(5):1197-202. https://doi.org/10.1007/s13304-023-01513-8
Dinç T, Sapmaz A. Albumin to C-Reactive Protein Ratio: A New Inflammation- Based Score That Can be Used to Predict the Severity of Appendicitis. Surg Chronicles. 2021;26(4).
Elgamal AS, Omran W, Meselhy AH. Diagnostic markers in acute appendicitis. Menoufia Med J. 2019;32(4):1262. https://doi.org/10.4103/mmj.mmj_375_18
Melo C, Melo F, Fraga E, Bernardes A. The value of inflammatory markers fordiagnosis and indication of severity of acute appendicitis. Rev Port Cir. 2020;48:25-32. https://doi.org/10.34635/rpc.717
Lin M, Zhang L, Tang X, Tang Y. The Value of Neutrophil/Lymphocyte Ratio Combined with Red Blood Cell Distribution Width in Evaluating the Prognosis of Emergency Patients with Sepsis. Emerg Med Int. 2022;1673572. https://doi.org/10.1155/2022/1673572
Khosrojerdi A, Soudi S, Hosseini AZ, Eshghi F, Shafee A, Hashemi SM. Immuno modulatory and therapeutic effects of mesenchymal stem cells on organ dysfunction in sepsis. Shock. 2021;55(4):423–40. https://doi.org/10.1097/shk.0000000000001644
Mori M, Narushima K, Hirano A, Kano Y, Chiba F, Edamoto Y, et al. Preoperative neutrophil-to-lymphocyte ratio may contribute to the prediction of postoperative infectious complications in patients with acute appendicitis: A retrospective study. BMC Surg. 2022; 22(1):78. https://doi.org/10.1186/s12893-022-01529-8
Wautier JL, Wautier MP. Old and New Blood Markers in Human Colorectal Cancer. Int J Mol Sci. 2022;23(21):12968. https://doi.org/10.3390/ijms232112968