Impacto da utilização da teleneurologia na redução de encaminhamentos no sistema único de saúde

Conteúdo do artigo principal

Rafaela Fernandes Gonçalves
Allan Fernando Giovanini
Guilherme Batista do Nascimento
Gustavo Rassier Isolan
Marcos Fabiano Sigwalt
José Fernando Polanski
Jurandir Marcondes Ribas Filho

Resumo

Introdução: A telemedicina quando aplicada à neurologia, possibilita melhor diagnóstico e condutas mais específicas e adequadas, bem como desfecho com grande economicidade devido à diminuição de encaminhamentos desnecessários.


Objetivos: Analisar o impacto da utilização da teleneurologia na redução de encaminhamentos no Sistema Único de Saúde (SUS) e verificar as variáveis associadas que impactaram no encaminhamento.


Método: Pesquisa documental, quantitativa, descritiva e transversal, que foi realizada a partir da utilização de informações contidas em banco de dados, construído de atendimentos inclusos em plataforma que presta serviços de teleneurologia no Brasil. Foi efetuada análise para examinar a relação entre a variável dependente binária (encaminhamento via emergência) e um conjunto de cinco variáveis independentes (idade, sexo, unidade de tratamento, história clínica e resultado da tomografia).


Resultado: O estudo compreendeu 2.165 prontuários de pacientes que demandaram atendimento neurológico via telemedicina entre abril de 2019 e outubro de 2022. Após a análise, observou-se que o modelo de regressão logística foi estatisticamente significativo (p<0,05) para unidade de tratamento, história clínica e resultado da tomografia, indicando que essas variáveis estavam relacionadas à probabilidade de encaminhamento emergencial. Ao examinar os coeficientes estimados nas unidades de atendimento, a chance de ter encaminhamento via emergencial foi 0,59 vezes maior estando no hospital do que no SAMU, ou seja, quem está no hospital tem 41,01% menos chances de ser encaminhado via emergencial. Contudo, quem está na UPA tem 39,17% menos chances de ser encaminhado via emergencial do que no SAMU.


Conclusão: A abordagem inovadora de atendimento proporcionou maior eficiência diagnóstica e orientação terapêutica, resultando em economia substancial ao SUS.

Detalhes do artigo

Seção
Artigo Original

Referências

Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. UNESCO, Ministério da Saúde; 2002. p. 01-726.

Aquino ER da S, Suffert SCI. Telemedicine in neurology: advances and possibilities. Arquivos De Neuro-Psiquiatria. 2022;80(5 Suppl 1)336-341. https://doi.org/10.1590/0004-282x-anp-2022-s127.

Shaikh AG, Bronstein A, Carmona S, Cha Y, Cho C, Ghasia FF, et al. Consensus on virtual management of vestibular disorders: urgent versus expedited care. Cerebellum. 2021;20:4-8. https://doi.org/10.1007/s12311-020-01178-8.

Isolan GR, et al. Telemedicina e teleneurologia.1. ed. Curitiba: Apriss; 2021.

Isolan G, Malafaia O. How does telemedicine fit into healthcare today? ABCD Arq Bras Cir Dig. 2021;34(3):e1584. https://doi.org/10.1590/0102-672020210003e1584.

Domingues RB, Mantese CE, Aquino E da S, Fantini FGMM, do Prado GF, Nitrini R. Telemedicine in neurology: current evidence. Arq Neuropsiquiatr. 2020;78(12)818-826. https://doi.org/10.1590/0004-282X20200131

Eze ND, Mateus C, Hashiguchi TCO. Telemedicine in the OECD: an Umbrella Review of Clinical and cost-effectiveness, Patient Experience and Implementation. PLOS ONE. 2020;15(8)e0237585. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0237585.

Portnoy J, Waller M, Elliott T. Telemedicina na era do COVID-19. The Journal of Allergy and Clinical Immunology: In Practice. 2020(5)1489-1491. https://doi.org/10.1016/j.jaip.2020.03.008

Larner AJ. Teleneurology: an overview of current status. Practical Neurology. 2011(11)283-288. https://doi.org/10.1136/practneurol-2011-000090

Appireddy R, Bendahan N, Chaitanya J, Shukla G. Virtual Care for Neurological Practice. Annals of Indian Academy of Neurology. 2020;23(5):587-591. https://doi.org/10.4103/aian.aian_415_20

Hjelm NM. Benefits and Drawbacks of Telemedicine. Journal of telemedicine and telecare. 2005;11(2):60-70. https://doi.org/10.1258/1357633053499886

Araújo LMQ, Vieira NV, Vieira ACG, Costa LA, Samartini RS, Cândido VC. Percepções dos idosos sobre a teleconsulta via telefone durante a pandemia de COVID-19: um estudo qualitativo. Geriatr Gerontol Envelhecimento. 2023;17:e0230030.

Martínez HLH, et al. A telemedicina no combate à Covid-19: velhos e novos desafios no acesso à saúde no município de Vitória/ES, Brasil. Saúde em Debate. 2022;46:648-664.

Witrick B, Zhang D, Switzer JA, Hess DC, Shi L. The Association Between Stroke Mortality and Time of Admission and Participation in a Telestroke Network. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases. 2020;29(2) 104480. https://doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.

Isolan G, Malafaia O. How does telemedicine fit into healthcare today? ABCD Arq Bras Cir Dig. 2021;34(3)e1584. https://doi.org/10.1590/0102-672020210003e1584.

Park JW, Chu MK, Kim JM, Park SG, Cho SJ. Analysis of Trigger Factors in Episodic Migraineurs Using a Smartphone Headache Diary Applications. PLoS ONE. 2016;11(2)e0149577.

Liberman AL, Hassoon A, Fanai M, Badihian S, Rupani H, Peterson SM, et al. Cerebrovascular Disease Hospitalizations following Emergency Department Headache Visits: A Nested Case-Control Study. Academic emergency medicine : official journal of the Society for Academic Emergency Medicine. 2022;29(1):41-50. https://doi.org/10.1111/acem.14353.

Spokony I, Raman R, Ernstrom K, Demaerschalk BM, Lyden PD, Hemmen TM, et al. Pooled Assessment of Computed Tomography Interpretation by Vascular Neurologists in the STRokE DOC Telestroke Network. Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases. 2014;23(3):511-515. https://doi.org/10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2013.04.023.

Goh KYC, Lam CK, Poon WS. The impact of teleradiology on the inter-hospital transfer of neurosurgical patients. British journal of neurosurgery. 1997;11(1):52-56.