O reconhecimento anatômico da inervação da região inguinal durante hernioplastia previne a inguinodinia? Uma revisão sistemática

Conteúdo do artigo principal

Ana Júlia Ribas Sigwalt
Gabriella Micheten Dias
Lívia Dala Déa Ferreira Pocay
Mahara Freitas dos Santos
Tailla Cristina de Oliveira
Marcos Fabiano Sigwalt
Fernando Issamu Tabushi
Leonardo Wanderloff Franco
Fernando Weiss Guerra
Abdo Imad El Tawil
Osvaldo Malafaia

Resumo

Introdução: O canal inguinal é região propensa a hérnias que podem ter indicação cirúrgica. Embora a videocirurgia possa ser menos agressiva, a identificação dos ramos nervosos é necessária para diminuir a incidência de inguinodinia que pode ocorrer mesmo com essa via minimamente invasiva.


Objetivo: Revisar a incidência e os motivos da inguinodinia nos procedimentos cirúrgicos laparoscópicos na correção das hérnias inguinais.


Método: Revisão sistemática, realizada nas bases de dados PubMed, BVS e Google Scholar no período de 2018 a 2024, incluindo artigos em português e inglês. De 1.758 artigos, 10 foram selecionados.


Resultado: Os principais achados da pesquisa comprovaram que o reconhecimento e a devida identificação anatômica dos principais nervos da região inguinal durante a operação – ílio-hipogástrico, ilioinguinal e ramo genital do genitofemoral - são capazes de diminuir as chances de os pacientes desenvolverem dor crônica na região inguinal após hernioplastia. A perícia e experiência do cirurgião ao evitar trauma nos nervos locais garante qualidade de vida aos pacientes e reduz a exposição deles a eventuais novas intervenções subsequentes para tratamento de inguinodinia.


Conclusão: A prevenção é a medida mais importante tratando-se de erradicar a inguinodinia. Dessa maneira, o profissional deve ter conhecimento suficiente da topografia mais frequente da passagem dos principais nervos e seus ramos para evitar lesões iatrogênicas.

Detalhes do artigo

Seção
Artigo de Revisão

Referências

Caserta N, Penachim TJ, Contardi EB, Barbosa RCF, Gomes TL, Martins DL. Contents of the inguinal canal: identification by different imaging methods. Radiologia Brasileira. 2021;54(1):56–61. https://doi.org/10.1590/0100-3984.2020.0006

Dop LMVD, Hartog FPJD, Sneiders D, Kleinrensink G, Lange JF, Gillion JF. Significant factors influencing chronic postoperative inguinal pain: A conditional time-dependent observational cohort study. International Journal of Surgery. 2022;105:106837. https://doi.org/10.1016/j.ijsu.2022.106837

Mitura K, Garnysz K, Wyrzykowska D, Michałek I. The change in groin pain perception after transabdominal preperitoneal inguinal hernia repair with glue fixation: a prospective trial of a single surgeon’s experience. Surgical Endoscopy. 2018;32(10):4284-9. https://doi.org/10.1007/s00464-018-6178-0

Carrillo GG, Sanz MG, Alonso M de A, Fernandez AG, Prieto MAA. Robot-assisted laparoscopic triple neurectomy for chronic inguinal pain: Description of the technique, our experience and preliminary results. Actas Urológicas Españolas (English Edition). 2023;47(9):605-10. https://doi.org/10.1016/j.acuroe.2023.05.001

Graham D, Macqueen IT, Chen DC. Inguinal neuroanatomy: Implications for prevention of chronic postinguinal hernia pain. International Journal of Abdominal Wall and Hernia Surgery. 2018;1(1):1. https://doi.org/10.4103/ijawhs.ijawhs_6_18

Cirocchi R, Henry BM, Mercurio I, Tomaszewski KA, Palumbo P, Stabile A, et al. Is it possible to identify the inguinal nerves during hernioplasty? A systematic review of the literature and meta-analysis of cadaveric and surgical studies. Hernia. 2018;23(3):569-81. https://doi.org/10.1007/s10029-018-1857-2

George T, Williams EH, Franklin R, Dellon AL. Two-Team Surgical Approach to Improve Retroperitoneal Nerve Identification in the Treatment of Groin Pain. Annals of Plastic Surgery. 2019;82(1):82-4. https://doi.org/10.1097/sap.0000000000001662

Farquharson BJ, Sivarajah V, Mahdi S, Bergman H, Jeyarajah S. Where is the nerve? Review of operation note documentation practice for inguinal hernia repair. Annals of the Royal College of Surgeons of England. 2021;103(9):651–5. https://doi.org/10.1308%2Frcsann.2021.0024

Pedersen KF, Chen DC, Kehlet H, Stadeager MW, Bisgaard T. A Simplified clinical algorithm for standardized surgical treatment of chronic pain after inguinal hernia repair: A quality assessment study. Scandinavian Journal of Surgery. 2020;110(3):359-67. https://doi.org/10.1177/1457496920954570

Furtado M, Claus CMP, Cavazzola LT, Malcher F, Bakonyi-Neto A, Saad-Hossne R. Sistematização do reparo da hérnia inguinal laparoscópica (TAPP) baseada em um novo conceito anatômico: Y invertido e cinco triângulos. Arq Bras Cir Dig. 2019;32(1):e1426. https://doi.org/10.1590/0102-672020180001e1426