Epidemiologia e tratamento da luxação de joelho
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Resumo
Introdução: Luxação de joelho é lesão rara e grave, associada à complicações como instabilidade ligamentar, lesões neurovasculares, perda de amplitude do movimento e fraturas associadas. Traumas de alta energia são os mais frequentes, sendo homens jovens os mais afetados.
Objetivos: Analisar as lesões ligamentares e concomitantes, mecanismos de trauma, perfil dos pacientes e o tratamento nas luxações de joelho.
Método: Coleta de dados através de prontuários de pacientes que se enquadravam com o diagnóstico de luxação de joelho abrangendo dados epidemiológicos, terapêuticos e de prognóstico, e atendidos em hospital de referência em trauma. Pesquisaram-se às variáveis demográficas, as causas da luxação, os mecanismos do trauma, lado do joelho luxado, ligamentos lesados e, comprometimento neurovascular, fraturas ou lesões concomitantes e sua classificação de Schenck.
Resultados: O joelho mais afetado foi o direito, com maior acometimento dos ligamentos cruzados, sendo a classificação KDI mais prevalente. Com relação à conduta terapêutica, verificou-se que 18 pacientes (56,25%) tiveram redução espontânea da luxação, enquanto 14 (43,75%) necessitaram realizar redução incruenta. Em relação ao tratamento, 27 (84,37%) foram tratados cirurgicamente, com o fixador externo e reconstrução ligamentar, enquanto 5 (15,62%) ao tratamento conservador com uso de tala gessada inguinopédica e inguinomaleolar, brace e gesso.
Conclusão: A luxação de joelho apresenta, clara predileção por homens jovens, sendo frequentemente causada por acidentes de trânsito, e a alta taxa de lesões associadas resulta em pior prognóstico. Os ligamentos mais acometidos foram os cruzados e a classificação mais prevalente foi o KDI. Essa luxação possui alta taxa de lesões associadas, como fraturas, lesões meniscais e neurovasculares, o que acarreta pior prognóstico afetando a qualidade de vida. A luxação de joelho possui perfil heterogêneo e há divergências entre condutas e dados epidemiológicos.
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