A telemedicina pode ser tão confiável quanto a medicina convencional quando usada no sistema único de saúde - SUS?

Conteúdo do artigo principal

Rafaela Fernandes Gonçalves
Allan Fernando Giovanini
Guilherme Batista do Nascimento
Gustavo Rassier Isolan
Marcos Sigwalt
Matheus Toniolo Malafaia
José Fernando Polanski

Resumo

Introdução: A telemedicina quando aplicada à neurologia, possibilita melhor diagnóstico e condutas mais específicas e adequadas, bem como desfecho com grande diminuição de custos pela não necessidade de encaminhamentos desnecessários.


Objetivos: Apresentar a evolução tática e técnica da implantação da era da informação no atendimento à distância em neurologia, ou seja, a teleneurologia.


Método: Coleta de informações e dados existentes na legislação brasileira sobre o tema, em livrarias e editoras virtuais, e em plataformas virtuais buscada por descritores relacionados, os quais foram identificados por meio do DeCS utilizando os seguintes termos: “Encaminhamentos. Sistema Único de Saúde. SUS. Telemedicina. Teleneurologia” e seus equivalentes em inglês “Brazilian Unified Health System. SUS. Referrals. Telemedicine. Teleneurology” com busca AND ou OR, considerando o título e/ou resumo.


Resultados: A busca incluiu 58 artigos, que após análise do título, resumo e vista sua adequação foram lidos na íntegra por 2 dos autores.


Conclusão: O potencial da teleneurologia é promissor, atuando na redução de custos de saúde, serviços de hospitalização e ampliação da comunicação multidisciplinar entre diferentes provedores, uma vez que pode incluir as consultas virtuais por meio de videoconferência, a transmissão de exames e imagens médicas, a monitorização de sinais vitais e outros dados clínicos dando aos profissionais de saúde oportunidade de avaliar e tratar os pacientes de maneira remota.


 

Detalhes do artigo

Seção
Artigo de Revisão

Referências

Starfield B. Atenção primária: equilíbrio entre necessidades de saúde, serviços e tecnologia. UNESCO, Ministério da Saúde; 2002. p. 01-726.

Aquino ER da S, Suffert SCI. Telemedicine in neurology: advances and possibilities. Arquivos De Neuro-Psiquiatria. 2022;80(5 Suppl 1)336-341. Doi: 10.1590/0004-282x-anp-2022-s127

Shaikh AG, Bronstein A, Carmona S, Cha Y, Cho C, Ghasia FF, et al. Consensus on virtual management of vestibular disorders: urgent versus expedited care. Cerebellum. 2021;20:4-8. Doi: 10.1007/s12311-020-01178-8

Lorenzetti J, Trindade L de L, de Pires DEP, Ramos FRS. Tecnologia, inovação tecnológica e saúde: uma reflexão necessária. Texto Contexto Enferm. 2012;21(2):432-439. Doi: 10.1590/S0104-07072012000200023

Tidd J, Bessant J. Gestão da inovação. 5. ed. Porto Alegre: Bookman. 2015. Disponível em: https://www.academia.edu/40626871/Tidd_Bessant_2015_Gesta_o_da_Inovac_a_o

Amorim FF, Junior PNF, Faria ER, de Almeida KJQ. Avaliação de tecnologias em saúde: contexto histórico e perspectivas. Comun. ciênc. saúde. 2010;21(4):343-348.

Santos VCC. As análises econômicas na incorporação de tecnologias em saúde: reflexões sobre a experiência brasileira. Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca; 2010. Disponível em: https://bvssp.icict.fiocruz.br/pdf/25775_santosvccm.pdf.

Silva HP, Elias FTS. Incorporação de tecnologias nos sistemas de saúde do Canadá e do Brasil: perspectivas para avanços nos processos de avaliação. Cad Saúde Pública. 2019;35(sup. 2):e00071518. Doi: 10.1590/0102-311X00071518

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Política Nacional de Gestão de Tecnologias em Saúde. Brasília: Ministério da Saúde; 2010. 48p. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_gestao_tecnologias_saude.pdf

Vidal-Alaball J, Acosta-Raja R, Hernández NP, Luque US, Morisson D, Pérez SN, et al. Telemedicine in the face of the COVID-19 pandemic. Aten Primaria. 2020;52(6):418-422. Doi: 10.1016/j.aprim.2020.04.003

Ganapathy K. Telemedicine and Neurological Practice in the COVID-19 Era. Neurol India. 2020;68(3):555-559. Doi: 10.4103/0028-3886.288994

Filiciello D, Villalba JP. Regulação em saúde no SUS. Campinas: UNICAMP/NEPP/AGEMCAP; 2016;1-165. Disponível em: https://www.nepp.unicamp.br/upload/documents/publicacoes/015fddb848e50e0e8e990045afd87e04.pdf

Picciotti S. Introduction: reconceptualizing regulation in the era of globalization. J Law Soc. 2002;29(1):1-11. Doi: 10.1111/1467-6478.00208

de Oliveira RR, Elias PEM. Conceitos de regulação em saúde no Brasil. Rev Saúde Pública. 2012;46(3):571-576. Doi: 10.1590/S0034-89102012000300020

Brasil. Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8080.htm

Brasil. Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990. Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde e dá outras providências. 1990. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8142.htm

Peiter CC, Lanzoni GMM, Oliveira WF. Regulação em saúde e promoção da equidade: o Sistema Nacional de Regulação e o acesso à assistência em um município de grande porte. Saúde Debate. 2016;40(111):63-73. Doi: 10.1590/0103-1104201611105

Vilarins GCM, Shimizu HE, Gutierrez MMU. A regulação em saúde: aspectos conceituais e operacionais. Saúde em Debate. 2012;36(95):640-647. Disponível em https://www.scielo.br/j/sdeb/a/9s37MpDfXmBTY5bXx3XXxPh/?format=pdf&lang=pt

Littlejohns P, Knight A, Littlejohns A, Poole TL, Kieslich K. Setting standards and monitoring quality in the NHS 1999-2013: a classic case of goal conflict. Int J Health Plann Mgmt. 2017;32:e185-e205. Doi: 10.1002/hpm.2365

Koornneef EJ, Robben PBM, Wesselink SO. A cross-sectional study into medical students’ perceptions of healthcare regulation and self-reported compliance: a study conducted in the City of Al Ain, United Arab Emirates, 2016. BMC Med Educ. 2018;18:305. Doi: 10.1186/s12909-018-1393-x

Prakash G. Steering healthcare service delivery: a regulatory perspective. Int J Health Care Qual Assur. 2015;28(2):173-192. Doi: 10.1108/IJHCQA-03-2014-0036

Brasil. Ministério da Saúde. Informações Estratégicas. 2009. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/comissoes.php

Santos Filho A, Dourado P, Lima A. O conceito de “vaga zero” na rede de atenção às urgências e emergências do SUS. Goiás: Subsecretaria de Saúde; 2020. Disponível em: https://docs.bvsalud.org/biblioref/2020/12/1140814/vaga-zero.pdf

Minas Gerais. SUSfácil - Sistema Estadual de Regulação Assistencial. 2022. Disponível em: https://www.saude.mg.gov.br/fornecimento-de-medicamentos/page/464-susfacil-sesmg

Rigon L. Sistema de gerenciamento de internações será apresentado em evento da ONU. Prefeitura de Porto Alegre. 2022. Disponível em: https://prefeitura.poa.br/procempa/noticias/sistema-de-gerenciamento-de-internacoes-sera-apresentado-em-evento-da-onu#:~:text=Com%20o%20Gerint%2C%20%C3%A9%20poss%C3%ADvel,mais%20%C3%A1gil%20os%20mais%20graves

Coutinho KMD, Morais AHF, Freitas ES. A Telerregulação na Ampliação do Acesso aos Serviços de Saúde do Município de Natal. Rev Bras Inov Tecnol Saúde. 2019;9(1):17-25. Doi: 10.18816/r-bits.v1i9.18096

World Health Organization - WHO. A Health Telematics Policy: in support of WHO’s Health-for-All Strategy for Global Health Development. Geneva, WHO; 1998. 43 p. Available in: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/63857/WHO_DGO_98.1.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Strehle EM, Shabde N. One hundred years of telemedicine: does this new technology have a place in paediatrics? Arch Dis Child. 2006;91(12):956-959. Doi: 10.1136/adc.2006.099622

Conselho Federal de Medicina - CFM. Resolução CFM nº 2.314, de 20 de abril de 2022. Define e regulamenta a telemedicina, como forma de serviços médicos mediados por tecnologias de comunicação. 2022. Disponível em: https://abmes.org.br/arquivos/legislacoes/Resolucao-CFM-2314-2021-04-20.pdf

Mechanic OJ, Persaud Y, Kimball AB. Telehealth systems. Treasure Island: StatPearls; 2022. Available in: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK459384/

World Health Organization - WHO. WHO Guideline: recommendations on digital interventions for health system strengthening. Geneva: WHO; 2019. 150 p. Available in: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/311941/9789241550505_eng.pdf?sequence=31&isAllowed=y

Aquino ER da S, Domingues RB, Mantese CE, Fantini FGMM, Nitrini R, do Prado GF, et al. Telemedicine use among neurologists before and during COVID-19 pandemic. Arq Neuropsiquiatr. 2021;79:658-664. Doi: 10.1590/0004-282X-ANP-2020-0488

Stradling DA. Telestroke: state of the science and steps for implementation. Crit Care Nurs Clin North Am. 2009;21(4):541-548. Doi: 10.1016/j.ccell.2009.07.017

World Health Organization - WHO. Telemedicine: opportunities and developments in Member States. Vol. 2. Geneva: WHO; 2010. 96 p. Available in: https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/44497/9789241564144_eng.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Saiso SG, Marti MC, Pascha VM, Pacheco A, Luna D, Plazzotta F, et al. Barreras y facilitadores a la implementación de la telemedicina en las Américas. Rev Panam Salud Publica. 2021;18(45):e131. Doi: 10.26633/RPSP.2021.131

Courtney E, Blackburn D, Reuber M. Neurologists’ perceptions of utilizing tele-neurology to practice remotely during the COVID-19 pandemic. Patient Educ Couns. 2021;104(3):452-459. Doi: 10.1016/j.pec.2020.12.027

Klein KE, Rasmussen PA, Winners SL, Frontera JA. Teleneurocritical care and telestroke. Crit Care Clin. 2015;31(2):197-224. Doi: 10.1016/j.ccc.2014.12.002

Silva APJ, Tagliari POP. Iniciativas de convergência regulatória em saúde nas Américas: histórico, evolução e novos desafios. Rev Panam Salud Publica. 2016;39(5):281-287. Disponível em: https://iris.paho.org/bitstream/handle/10665.2/28523/v39n5a12_281-287.pdf?sequence=1&isAllowed=y

Mantese CE, Aquino ER da S, Figueira MD, Rodrigues L, Basso J, da Rosa PR. Telemedicine as support for primary care referrals to neurologists: decision-making between different specialists when guiding the case over the phone. Arq Neuropsiquiatr. 2021;79(4):299-304. Doi: 10.1590/0004-282X-ANP-2020-0137

Scavasine VC, Ribas MZ, Augustin G, Zetola V de HF, Ducci RDP, Lange MC. Store-and-forward teleneurology results in a large Brazilian city. Arq Neuropsiquiatr. 2022;80(8):802-805. Doi: 10.1055/s-0042-1755204

Haleem A, Javaid M, Singh RP, Suman R. Telemedicine for healthcare: Capabilities, features, barriers, and applications. Sensors International. 2021;2:1-12. Doi: 10.1016/j.sintl.2021.100117

Snoswell CL, Chelberg G, de Guzman KR, Haydon HH, Thomas EE, Caffery LJ, et al. The clinical effectiveness of telehealth: A systematic review of meta-analyses from 2010 to 2019. J Telemed Telecare. 2023;29(9):669-684. Doi: 10.1177/1357633X211022907

Ciemins EL, Holloway B, Coon PJ, McClosky-Armstrong T, Min SJ. Telemedicine and the Mini-Mental State Examination: Assessment from a Distance. Telemed J E Health. 2009;15(5):476-478. Doi: 10.1089/tmj.2008.0144

Jennings LA, Araujo KLB, Meng C, Peduzzi P, Charpentier P, Reuben DB. Utility of a short, telephone-administered version of the Montreal Cognitive Assessment. J Am Geriatr Soc. 2021;69(10):2741-44. Doi: 10.1111/jgs.17318

Loh P, Donaldson M, Flicker L, Maher S, Goldswain P. Development of a telemedicine protocol for the diagnosis of Alzheimer’s disease. J Telemed Telecare. 2007;13(2):90-94. Doi: 10.1258/135763307780096159

Spindler M, Jacobs D, Yuan K, Tropea T, Teng CW, Perrone C, et al. A Department Approach to Teleneurology. Telemed J E Health. 2021;27(9):1078-1084. Doi: 10.1089/tmj.2020.0323

Kim H, Jhoo JH, Jang JW. The effect of telemedicine on cognitive decline in patients with dementia. J Telemed Telecare. 2015;23(1):1-6. Doi: 10.1177/1357633X15615049

Tarolli CG, Andrzejewski K, Zimmerman GA, Bull M, Goldenthal S, Peggy A, et al. Feasibility, reliability, and value of remote video-based trial visits in Parkinson’s Disease. J Parkinsons Dis. 2020;10(4):1779-1786. Available in: https://content.iospress.com/articles/journal-of-parkinsons-disease/jpd202163

Bull MT, Darwin K, Venkataraman V, Wagner J, Beck CA, Dorsey ER, et al. A pilot study of virtual visits in Huntington Disease. J Huntingtons Dis. 2014;3(2):189-195. Available in: https://content.iospress.com/articles/journal-of-huntingtons-disease/jhd140102

Xu X, Zeng Z, Qi Y, Zhang C, Sub B, Li D. Remote video-based outcome measures of patients with Parkinson’s disease after deep brain stimulation using smartphones: a pilot study. Neurosrug Focus. 2021;51(5):E2. Doi: 10.3171/2021.8.FOCUS21383

Waller M, Stotler C. Telemedicine: a Primer. Curr Allergy Asthma Rep. 2018;18(10):54. Doi: 10.1007/s11882-018-0808-4

Domingues RB, Mantese CE, Aquino E da S, Fantini FGMM, do Prado GF, Nitrini R. Telemedicine in neurology: current evidence. Arq Neuropsiquiatr. 2020;78(12):818-826. Doi: 10.1590/0004-282X20200131

Patel UK, Mailik P, DeMasi M, Lunagariya A, Jani VB. Multidisciplinary approach and outcomes of tele-neurology: a review. Cureus. 2019;11(4):e4410. Doi: 10.7759/cureus.4410

Scheffer M, Cassenote A, Guilloux AGA, Biancarelli A, Miotto BA, Mainardi GM. Demografia Médica no Brasil 2018. São Paulo: FMUSP; CFM, Cremesp; 2018. 1-286. Disponível em: https://jornal.usp.br/wp-content/uploads/DemografiaMedica2018.pdf

Spina E, Tedeschi G, Russo A, Trojsi F, Iodice R, Tozza S, et al. Telemedicine application to headache: a critical review. Neurological Sciences. 2022;43:3795-3801. Doi: 10.1007/s10072-022-05910-6

Ceanne. Plataforma online. 2022. Disponível em: https://www.ceanne.com.br/

Brasil. Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018. Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD). 2019. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/l13709.htm

Gonçalves RF, Giovanini AF, do Nascimento GB, Isolan GR, Sigwalt MF, Polanski JF. Impact of using teleneurology on reducing referrals in the single health system. SciELO Preprints. 2023. Doi: 10.1590/SciELOPreprints.7701