Acidente vascular cerebral isquêmico secundário a Carotid Web: Relato de Caso
DOI:
https://doi.org/10.55684/81.1.12Resumo
Introdução: O carotid web é um tipo raro de displasia miofibrosa que vem recebendo maior atenção por ser um fator de risco para acidente vascular cerebral isquêmico. É uma doença rara da artéria carótida, e sua incidência é de aproximadamente 0,62%. O carotid web apresenta-se como uma membrana localizada no interior do lúmen arterial, projetando-se da parede posterior do seio carotídeo ou da porção inicial da artéria carótida interna. Em alguns casos, o trombo pode ser visto no interior do carotid web. Isso ocorre devido à estase sanguínea e ativação plaquetária, resultando em trombose que pode embolizar intracranianamente. Relato de caso: Mulher de 40 anos apresenta parestesia e paresia transitórias à esquerda, com duração de 60 minutos. Semanas depois, ela apresentou um evento mais intenso e transitório, associado a disartria e desvio de rima. A investigação por ressonância magnética evidenciou acidente vascular cerebral isquêmico em área de artéria cerebral média e trombo em artéria carótida interna direita, e em angiografia foi possível observar a presença de provável placa aterosclerótica em seio carotídeo direito, aderida a trombo fresco. Iniciou-se terapia de anticoagulação. Em exame de controle, foi identificada área arterial no seio carotídeo direito sem presença de trombo, permitindo melhor caracterização de membrana aderida à parede posterior da artéria carótida interna, apresentando características compatíveis com carotid web. Devido à recorrência dos déficits neurológicos, além de transitórios, optou-se pelo tratamento endovascular, com o objetivo de evitar que os déficits neurológicos transitórios tornassem-se permanentes. Foi submetida a angioplastia e mantida em dupla antiagregação plaquetária por stent. Até o momento, paciente permanece sem novos eventos neurovasculares. Conclusão: A relevância deste relato deve-se ao fato de o carotid web ser uma causa não muito conhecida de acidente vascular cerebral isquêmico criptogênico e deve sempre ser suspeitada quando há infarto recorrente no território de artéria carótida interna.
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