RELEVÂNCIA DO DIAGNÓSTICO GENÉTICO NA IDENTIFICAÇÃO DE VARIANTES GENÉTICAS RARAS EM DUAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS COM SÍNDROME DE ALPORT: RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.55684/80.2.37Palavras-chave:
Síndrome de Alport, Doença Ligada ao Cromossomo X, Colágeno Tipo IVResumo
INTRODUÇÃO: A Síndrome de Alport é uma doença renal hereditária que se manifesta principalmente na infância com quadros de proteinúria e/ou hematúria intermitentes, podendo ser transmitida como herança ligada ao cromossomo X ou autossômica. É causada por variantes patogênicas nos genes COL4A3, COL4A4 e COL4A5 que codificam o colágeno IV, resultando em anormalidades estruturais na membrana basal do glomérulo, cóclea e olho, levando à clínica de risco de insuficiência renal, perda auditiva neurossensorial e anormalidades oculares. OBJETIVO: Relatar duas famílias com diagnóstico molecular de Síndrome de Alport, portadoras de variantes extremamente raras. METODOLOGIA: Análise retrospectiva de prontuários de duas famílias com diagnóstico molecular confirmado de Síndrome de Alport, autorizada pelo TCLE e aprovada pelo CEP. Com os dados obtidos foi realizado um comparativo com a literatura estudada pelas plataformas Scielo e PubMed. RESULTADOS: Na família A identificou-se uma deleção significativa do exon 37 no gene COL4A5 em dois pacientes que apresentavam hematúria e problemas renais brandos com um padrão de herança recessiva ligada ao X, pois só os homens são afetados. A família B apresentou a variante genética R373X na porção terminal do exon 19 do gene COL4A5 envolvendo uma substituição de base CpG->TpG, em um ponto quente mutacional (hotspot). Isso gerou uma heterogeneidade clínica, com comprometimento renal em ambos os sexos e audição comprometida apenas nos homens afetados, sendo observado um padrão de herança dominante ligada ao X, pois tanto os homens quanto as mulheres heterozigotas são afetados. CONCLUSÃO: Ambas as alterações genéticas identificadas são pouco descritas, ou nunca descritas, na literatura mundial e parecem estar relacionadas à variabilidade fenotípica apresentada pelos indivíduos afetados, portanto, este trabalho demonstra a importância de se confirmar por exames genéticos específicos a hipótese diagnóstica para uma doença de etiologia genética já que isso também auxilia no diagnóstico de outros casos familiares da síndrome.
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