DISBIOSE DA MICROBIOTA CERVICOVAGINAL NO DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: UMA REVISÃO NARRATIVA

DISBIOSE DA MICROBIOTA CERVICOVAGINAL NO DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: UMA REVISÃO NARRATIVA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.55684/80.2.29

Palavras-chave:

Neoplasias do Colo do Útero, Microbiota, Disbiose

Resumo

Racional: As relações ecológicas desempenhadas pela microbiota humana têm se mostrado relevantes no desenvolvimento de neoplasias, seja como fator de risco ou protetivo. A microbiota do aparelho genital feminino saudável é idealmente formada por poucos microrganismos do gênero Lactobacillus sp. Quando há disbiose, ocorre uma diminuição dessa população e colonização por diversas bactérias, cursando com patologias. A infecção persistente por alguns tipos do Papilomavírus Humano na microbiota vaginal é o principal fator de risco para o desenvolvimento de Câncer de Colo de Útero, que é a quarta maior causa de mortalidade feminina por neoplasia no Brasil. Objetivo: Realizar uma revisão narrativa sobre as interações ecológicas entre a microbiota vaginal e o desenvolvimento de neoplasias, e discutir o papel da microbiota saudável do sistema genital feminino no desenvolvimento do câncer de colo. Método: Esta revisão narrativa da literatura buscou estudos científicos nas plataformas de dados PubMed, Scielo e Lilacs utilizando os descritores: “Vaginal Microbiota”, "Dysbiosis" e “Cervical Cancer”. No total, foram selecionados 17 artigos, além de dados de estatísticas do Instituto Nacional do Câncer, da Organização Pan-Americana da Saúde e da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer. Resultados: Quando ocorre disbiose da microbiota vaginal, as bactérias anaeróbicas podem colonizar o microbioma e danificar a membrana cervical, tornando-a mais suscetível ao Papilomavírus Humano e aumentando o risco de formação de tumores, além de causar o aumento de citocinas pró-inflamatórias e dano oxidativo a biomoléculas. Essas alterações podem levar à genotoxicidade, interrupção da sinalização celular e integração do Papilomavírus Humano no genoma hospedeiro, favorecendo a carcinogênese. Conclusão: A disbiose no ambiente cervicovaginal pode aumentar a susceptibilidade ao potencial oncogênico do Papilomavírus Humano. Mais pesquisas são necessárias para mais conhecimento sobre os microrganismos que estão envolvidos, e para caracterizar a microbiota vaginal por perfis epidemiológicos a fim de rastrear e prevenir neoplasias.

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Publicado

01-11-2022

Edição

Seção

Artigo de Revisão
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