ANÁLISE DA AUTOMEDICAÇÃO DURANTE A PANDEMIA DO COVID-19
ANALYSIS OF SELF-MEDICATION DURING THE COVID-19 PANDEMIC
DOI:
https://doi.org/10.55684/80.2.18Palavras-chave:
Automedicação, COVID-19, ComorbidadeResumo
RESUMO - O Conselho Federal de Farmácia em 2019, aponta que 77% dos brasileiros com mais de 16 anos se automedicam. Esse dado, já elevado, associado a medidas de distanciamento e isolamento social pela COVID-19, com diminuição das consultas de rotina e do atendimento ambulatorial, fez com que a prática da automedicação fosse favorecida. O objetivo deste estudo foi verificar se houve aumento da prática da automedicação no Brasil durante a pandemia. Foram entrevistados 503 adultos (322 mulheres e 181 homens) por meio da divulgação em redes sociais pelo Google Formulário. O questionário continha 25 perguntas fechadas, juntamente com dados gerais de identificação. A automedicação ocorreu em 40% dos entrevistados, por indicação de parentes e amigos, sem diferença entre os grupos com e sem comorbidades. O grupo farmacêutico mais usado foi o de analgésicos/antitérmicos, relaxantes musculares e anti-inflamatórios, sendo o maior motivo do uso destes, a cefaléia. Em relação à COVID-19, 40% afirmaram uso de alguma medicação de forma preventiva, destas, destacam-se a Vitamina D (28,43%) e a Ivermectina (20,28%). Os indivíduos que se automedicaram apresentaram mais casos de infecção pelo COVID-19, apresentando 4,13 vezes mais chance de infecção pelo coronavírus do que aqueles que não se automedicaram (p=0,00001). Os indivíduos que usaram medicação com intenção de prevenção contra COVID-19 apresentaram 2,35 vezes mais chance de infecção por Covid 19 (p=0,01). Em conclusão a automedicação foi realizada por 40% da população avaliada. A população que a realizou com intenção preventiva apresentou maior contaminação por COVID-19
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