Telemedicina aplicada à neurologia, um enfoque sindrômico

Conteúdo do artigo principal

Camila Caetano Solek
Bruna Malacarne
Maria Luiza Remonti Lodi
Guilherme Nobre Nogueira
Rafaela Fernandes Gonçalves
Eduardo Antonio Andrade dos Santos
Patricia Carla Zanelatto Gonçalves
Rafael Fernandes Romani
César Monte Serrat Titton
Fernando Issamu Tabushi
Gustavo Rassier Isolan

Resumo

Introdução: A telemedicina tem se mostrado inestimável, especialmente em casos como o acidente vascular cerebral, onde acelera o diagnóstico preciso e a iniciação do tratamento trombolítico, reduzindo assim as taxas de mortalidade.


Objetivos: Avaliar a eficácia da telemedicina no diagnóstico de síndromes neurológicas entre pacientes em tratamento ambulatorial por teleneurologia.


Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura usando uma abordagem qualitativa e descritiva, guiada pela estratégia de busca e análise "PICO". A população do estudo incluía pacientes em busca de cuidados neurológicos ambulatoriais, sendo o principal interesse a avaliação da eficiência da telemedicina no diagnóstico de síndromes neurológicas. Os dados foram coletados nas bases de dados PubMed, Scopus e BVS usando critérios de inclusão e exclusão predefinidos.


Resultados: Vários estudos demonstraram a aplicação bem-sucedida da telemedicina no cuidado neurológico. Por exemplo, as teleconsultas com pacientes diagnosticados com comprometimento cognitivo resultaram em desfechos positivos, reduzindo as demandas enquanto retardam a progressão dos sintomas. No entanto, a viabilidade da telemedicina variou em diferentes regiões e características demográficas dos pacientes, destacando fatores socioeconômicos como determinantes de acessibilidade e aceitação. Além disso, a telemedicina mostrou promessa no manejo de condições neurológicas complexas, como ataxia cerebelar, doença de Parkinson e miastenia gravis, embora com certas limitações na capacidade de exame físico.


Conclusão: Em conclusão, a telemedicina emergiu como uma ferramenta crucial na neurologia, superando barreiras geográficas e aprimorando o acesso ao atendimento especializado. Apesar de sua ampla adoção, os desafios persistem, especialmente na garantia de acesso equitativo a diversas populações. Olhando para o futuro, enfrentar esses desafios e avançar na infraestrutura da telemedicina será fundamental para otimizar a prestação de cuidados neurológicos e melhorar os resultados dos pacientes.

Detalhes do artigo

Seção
Artigo de Revisão

Referências

Nakamoto CH, Wilcock AD, Schwamm LH, Zachrison KS, Uscher-Pines L, Mehrotra A. Variation in patterns of telestroke usage during the COVID-19 pandemic. J Stroke Cerebrovasc Dis. 2023;32(4):107036. Doi: 10.1016/j.jstrokecerebrovasdis.2023.107036

Lewis AK, Harding KE, Taylor NF, O’Brien TJ, Carney PW. The feasibility of delivering first suspected seizure care using telehealth: A mixed methods controlled study. Epilepsy Res. 2021;169:106520. Doi: 10.1016/j.eplepsyres.2020.106520

Konanki R, Gulati S, Prasad K, Saini L, Pandey RM, Paul VK. Comparison of telephone with face to face consultation for follow up of Neurocysticercosis. Epilepsy Res. 2018;145:110-5. Doi: 10.1016/j.eplepsyres.2018.06.005

Almallouhi E, Al Kasab S, Harvey JB, Simpson KN, Turner N, Debenham E, et al. Teleneurology Network to Improve Access to Neurologists for Patients in Rural Areas: A Real-World Experience. Telemed e-Health. 2020;26(1):110–3. Doi: 10.1089/tmj.2018.0290

Davis LE, Coleman J, Harnar JA, King MK. Teleneurology: Successful delivery of chronic neurologic care to 354 patients living remotely in a rural state. Telemed e-Health. 2014;20(5):473–7. Doi: 10.1089/tmj.2013.0217

Jalo H, Seth M, Pikkarainen M, Häggström I, Jood K, Baki Dou A, et al. Early identification and characterisation of stroke to support prehospital decision-making using artificial intelligence: A scoping review protocol. BMJ Open. 2023;13(5):1–8. Doi: 10.1136/bmjopen-2022-069660

Ricciardi D, Casagrande S, Iodice F, Orlando B, Trojsi F, Cirillo G, et al. Myasthenia gravis and telemedicine: a lesson from COVID-19 pandemic. Neurol Sci. 2021;42(12):4889–92. Doi: 10.1007/s10072-021-05566-8

Derache N, Hauchard K, Seguin F, Ohannessian R, Defer G. Retrospective evaluation of regional telemedicine team meetings for multiple sclerosis (MS) patients: Experience from the Caen MS expert center in Normandy, France. Rev Neurol (Paris). 2021;177(4):407–13. Doi: 10.1016/j.neurol.2020.06.020

Adebayo PB, Oluwole OJ, Taiwo FT. COVID-19 and Teleneurology in Sub-Saharan Africa: Leveraging the Current Exigency. Front Public Heal. 2021;8:1-7. Doi: 10.3389/fpubh.2020.574505

Domingues RB, Mantese CE, Aquino EDS, Fantini FGMM, Prado GFD, Nitrini R. Telemedicine in neurology: current evidence. Arq Neuropsiquiatr. 2020;78(12):818-26. Doi: 10.1590/0004-282X20200131

Gonçalves RF, Giovanini AF, do Nascimento GB, Isolan GR, Sigwalt MF, Malafaia MT, et al. Can telemedicine be as reliable. SciELO Preprints. 2023. Doi: 10.1590/SciELOPreprints.7703

Conselho Federal de Medicina (Brasil). Resolução CFM n° 1.643/2002, de 07 de agosto de 2002. Define e disciplina a prestação de serviços através da Telemedicina. Diário Oficial da União, 2002.

Brasil. Lei n° 13.989, de 15 de abril de 2020. Dispõe sobre o uso da telemedicina durante a crise causada pelo coronavírus (SARS-CoV-2). Brasília; 2020.

Aquino ERDS, Domingues RB, Mantese CE, Fantini FGMM, Nitrini R, Prado GFD. Telemedicine use among neurologists before and during COVID-19 pandemic. Arq Neuropsiquiatr. 2021;79(7):658-64. Doi: 10.1590/0004-282X-ANP-2020-0488

Manto M, Dupre N, Hadjivassiliou M, Louis ED, Mitoma H, Molinari M, et al. Medical and Paramedical Care of Patients With Cerebellar Ataxia During the COVID-19 Outbreak: Seven Practical Recommendations of the COVID 19 Cerebellum Task Force. Front Neurol. 2020;11. Doi: 10.3389/fneur.2020.00516

Ruggiero F, Zirone E, Molisso MT, Carandini T, Fumagalli G, Pietroboni AM, et al. Telemedicine for cognitive impairment: a telephone survey of patients’ experiences with neurological video consultation. Neurol Sci. 2023;44:3885-94. Doi: 10.1007/s10072-023-06903-9

Bashshur RL, Howell JD, Krupinski EA, Harms KM, Bashshur N, Doarn CR. The Empirical Foundations of Telemedicine Interventions in Primary Care. Telemed e-Health. 2016;22(5):342-75. Doi: 10.1089/tmj.2016.0045

Santos DT, Camelo DMF, Strelow MZ, Silva MTS, Führ P, Marins LW, et al. Feasibility of telemedicine for patients with parkinsonism in the Brazilian public health system. Arq Neuropsiquiatr. 2022;80(9):914-921. Doi: 10.1055/s-0042-1755323

Gonçalves RF, Giovanini AF, Nascimento GB, Isolan GR, Sigwalt MF, Malafaia MT, et al. A telemedicina pode ser tão confiável quanto a medicina convencional quando usada no sistema único de saúde - SUS? BioSCIENCE. 2024;82. Doi: 10.55684/2024.82.e003

Isolan G, Malafaia O. How does telemedicine fit into healthcare today? Arq Bras Cir Dig. 2022;34(3). Doi: 10.1590/0102-672020210003e1584

Isolan GR. Telemedicina e teleneurologia. Curitiba: Appris Ed; 2021.

Gonçalves RF, Giovanini AF, Nascimento GB, Isolan GR, Sigwalt MF, Polanski JF. Impact of using teleneurology on reducing referrals in the single health system. SciELO Preprints. 2023. Doi: 10.1590/SciELOPreprints.7701