Análise dos internamentos hospitalares de pacientes dialíticos durante a pandemia de COVID-19

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Aline Grosskopf Monich
Anaí Caroline Hamann Gasperin
João Luiz dos Santos Carneiro
Rafael Fernandes Romani

Resumo

INTRODUÇÃO: A Doença Renal Crônica (DRC) é apontada como fator de risco para quadros graves da infecção por COVID-19 e está associada a piores desfechos clínicos e maior mortalidade. MÉTODO: Estudo observacional, descritivo, retrospectivo. Analisados prontuários dos pacientes dialíticos crônicos internados em isolamento respiratório num hospital de referência em nefrologia do sul do Brasil, entre 01 de maio de 2020 a 30 de abril de 2022. Analisados gênero, idade, comorbidades, modalidade dialítica, ambiente de internamento, necessidade de ventilação mecânica, desfechos e duração do internamento. Relacionados sintomas na admissão, quantos pacientes confirmaram COVID-19 e quais diagnósticos diferenciais se COVID-19 descartado. RESULTADOS: 91 pacientes internados (57,1% sexo masculino), média de 58±17 anos. A duração média do internamento foi de 7 dias. Hipertensão e diabetes foram as comorbidades mais frequentes (87,9% e 35,1% respectivamente). 89% dos pacientes realizavam hemodiálise (49,3% por FAV, 45,7% por cateter tunelizado). Dos 10 pacientes em diálise peritoneal, 40% necessitaram conversão para hemodiálise por falência de ultrafiltração. Entre os sintomas na admissão, 70,3% apresentaram dispneia, 42,8% apresentaram tosse e 33% febre. A infecção por COVID-19 foi confirmada em 47,2% dos pacientes (60,4% necessitaram UTI) e 37,2% foram a óbito. Entre aqueles com COVID-19 descartado, congestão pulmonar por hipervolemia foi o principal diagnóstico diferencial. DISCUSSÃO: A DRC dialítica (DRC-D) confere pior prognóstico à infecção por COVID-19 e tem alta prevalência em pacientes internados em UTI e naqueles com necessidade de ventilação mecânica. A DRC-D também está associada a alta mortalidade intra-hospitalar, corroborando os dados encontrados neste estudo. CONCLUSÕES: O estudo descreveu o agravo causado pela COVID-19 em pacientes dialíticos e a hipervolemia com congestão pulmonar foi importante diagnóstico diferencial.

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